24 de março de 2017
Mercado imobiliário
Empresários da construção civil viram com bons olhos e certo otimismo o resultado do leilão onde quatro aeroportos brasileiros tiveram suas gestões transferidas do governo federal para a iniciativa privada. Este é um sinal positivo, pois mostra que investidores internacionais estão voltando a confiar no Brasil, o que pode, inclusive, reabrir o mercado para construtoras também nacionais, sugerindo um reaquecimento da economia.
“Não há dúvida que foi um resultado importante para o país, mas é preciso um olhar mais abrangente, que agregue um número maior de participantes”, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Na nossa avaliação, quanto mais participantes, de perfis diferentes, melhor”.
“O resultado dos leilões dos quatro aeroportos evidencia pontos positivos que marcam sem dúvida uma nova fase da economia e uma nova postura de governo. O interesse de grupos estrangeiros denota a retomada do grau de confiança no ambiente econômico brasileiro”, comenta Carlos Eduardo Lima Jorge, presidente da Comissão de Obras Públicas, Privatizações e Concessões (COP) da CBIC.
Os empresários e dirigentes do setor estão atentos aos movimentos do mercado e do governo, pois buscam uma maior participação das empresas, deixando o modelo conservador e centralizador, e visando um cenário de livre concorrência e maior transparência.
“A preocupação da COP/CBIC em relação a esses leilões, que não contaram com a participação direta de construtoras, é que esse modelo não prevaleça para o conjunto das concessões e parcerias possíveis de serem estruturadas no campo da Infraestrutura”, acrescenta Carlos Eduardo.
A CBIC está trabalhando em duas frentes: preparar os empresários do mercado para trabalhar com estas novas modalidades – concessões e PPPs (parcerias público-privadas), e mostrar ao governo que as construtoras brasileiras tem potencial e capacidade executar obras estratégicas no país. “Existe um campo enorme de oportunidades nas concessões de projetos menores em que as construtoras têm plena capacidade e qualificação para serem parte integrante de consórcios”, diz Carlos Eduardo, referindo-se aos aeroportos regionais; água, esgoto, resíduos sólidos, rodovias, iluminação pública e outros.
Informações adicionais sobre o leilão de privatização dos aeroportos:
R$ 6 bi é o investimento prometido para os quatro aeroportos ao longo dos próximos 30 anos